São Petersburgo, Rússia

Em 8 de outubro de 2010:


No blog do Madá tem todos os detalhes e ele posta todo dia, pra não
  esquecer
  de nada: 
http://blogrodrigomada.blogspot.com/ e no flickr já tem algumas
  fotos da Finlândia: 
http://www.flickr.com/photos/maisglitter/
 
 
 
  A viagem de trem, como bem descrita pelo Madá no blog, foi bem tensa. Bom,
  pra ele. Eu dormi e só acordei com uma cotovelada na costela quando os tais
  fiscais entraram pra conferir os passaportes. Ele já começou a suar quando
  eu dise que não iria sentar nas poltronas que nos deram, porque eram de
  costas e eu passo muito mal. Ele repetia o tempo todo: Fer, vamos pra lá
  mesmo, foi o lugar que nos deram. Mas que jeito? Se eu enjôo virada pra
  frente, imagina de costas...
 
  Realmente eles acharam a coisa mais estranha do mundo a gente não estar nas
  cadeiras marcadas pra nós. Inclusive, estávamos até no vagão errado! Mas
  eles disseram que podíamos ficar ali porque estavam vagas. O Madá suava,
  coitado! Ele jura que aqui ainda é União Soviética e que a gente vai pros
  porões da KGB se atravessarmos fora da faixa ou fizermos qualquer coisa
  fora da lei.
 
  Mas na hora que o fiscal disse que não era russo, foi a coisa mais
  engraçada! Ele estava tão tenso e preocupado com a situação que foi um
  alivio ver que ainda era Finlândia. Mas na hora que entraram os fiscais
  russos, esses com certeza, porque pisavam duro e não sorriam (aliás, to
  pra saber se eles tem dentes!) outra cotovelada. Foram as duas vezes que
  acordei na viagem, depois de poucas horas de sono no finalmente ajustado relógio
  biológico. Achei desconfortável levarem nossos passaportes lá pra sabe Deus
  onde e voltarem só uns 40 minutos depois. Dentro estava nossa declaração
  pra alfândega russa e certificado da vacina de febre amarela, que precisaremos
  pra entrar no Egito. Mas pensando nos tais porões da KGB, fiquei quietinha
  esperando. E vieram certinhos, com um carimbo na ultima página do
  passaporte. Esquemáticos?
 
  Chegamos finalmente em São Pietroburgo (fala assim em italiano, ouvi aqui, e
  adorei) e a impressão foi, em uma palavra: roots.
 
  Parecia mesmo a União Soviética dos filmes. Foi dando um frio na barriga e a
  impressão de que a escolha de destino não tinha sido das melhores. Nenhuma
  alma falava qualquer coisa parecido com inglês ou qualquer outra língua que
  a gente pudesse entender. Só russo. A coisa tava russa.
 
  No metrô a maior dificuldade pra entender qual das 2 filas era a que
  deveríamos pegar, então escolhemos uma e fomos. Pegamos o metro saindo e
  quase que eu fico! O Madá ainda estava tenso e pulou pra dentro do metrô, me
  deixando meio no susto. Deu tempo de jogar a mala pra dentro e não perder
  nenhum membro, graças a Deus, na porta guilhotina. Minha jaqueta ficou presa
  e dei uma risadinha sem graça pros passageiros. Ninguém achou engraçado.
 
  Aliás, acho que se eu tivesse mesmo perdido um membro, ninguém se
  manifestaria.
 
  Bom, deu pra sentir o clima.
 
  O Madá graças a Deus reconhece o alfabeto cirílico e então viu qual era a
  nossa estação. Como seguimos as placas erradas na saída do metrô, acabamos
  saindo na rua direto e fomos andando pro hotel. Naquele clima tenso, cheios
  de blusas, jaquetas, cachecóis e malas pesadas, andamos uns 30 minutos.
 
  So depois que chegamos no hotel e trocamos de roupa deu pra sair e olhar a
  cidade com outros olhos.
 
  Aqui é tudo diferente do que eu conhecia, os prédios, as cores, tudo.
 
  Tem uma Zara na esquina do nosso hotel e eu fiquei feliz.
 
  A maior que eu já vi, com inclusive um andar de Zara Home, com objetos de
  decoração. As roupas são beeem mais legais que no Brasil e tem muitas peles
  de todos os tipos de bichos, casacos, mil botas, roupas maravilhosas de
  inverno.
 
  Mas muito caro tudo, mais que no Brasil.
 
  As mulheres são, tcharan, lindas! Parecem umas bonecas russas mesmo, as
  peles de porcelana. Não se vê um poro. Cabelos pesados, olhos bem claros.
  Os meninos são lindos! Quando tem um bonito, dá vontade de parar e pedir pra
  tirar uma foto. Mas todos os bonitos estão acompanhados de moças não tão
  bonitas, o que é bem estranho.
 
  Todo mundo se veste como se estivessem numa grande produção do SBT. Ou é
  muito pobre de dar dó (o estilo), com marrons gastos, cinzas velhos e
  vinhos da época de Lênin ou são mega luxo, com nylons imitando vinil, botas de
  camurça com salto finíssimo e detalhes em strass, cabelos arrumados de
  cabeleireiro, gloss bem rosa. Não sei como, porque tem lojas muito bacanas
  por aqui e as vitrines são ótimas!
 
  Na verdade, quando a gente visita as igrejas e vê todo aquele luxo, capricho e cuidado, dá pra entender que as pessoas valorizam essas coisas e repetem na roupa, né?
 
  As igrejas são maravilhosas, espetaculares. Se olhar de longe a gente nem
  vê que são pastilhas, porque parece pintura numa parede lisa, de tão
  perfeitas. Depois de ver isso, da pra entender as pinturas nos ovinhos de
  páscoa, os cuidados com tudo e a paciência com detalhes. Da a impressão de
  que ninguém teve pressa em terminar, e que o importante era ficar tudo
  perfeito como está.
 
  A cidade é linda! Os canais são espetaculares em certas horas do dia, com o
  sol batendo de um jeito ou de outro. Amanhã vamos tentar fazer o passeio de
  barco por eles, mas só tem um horário com guias que falam inglês. Vamos ver
  se saímos do Museu Hermitage a tempo, que deve ser maravilhoso. Tem
  pinturas de Monet, Picasso, etc.
 
  Eu ainda estou com dor no tornozelo mas não quero perder de passear, então
  de vez em quando damos uma paradinha em alguma praça ou café pra dar uma
  recarregada.
 
  Hoje vimos 3 noivas tirando fotos em uma das paisagens mais lindas daqui.
 
  A impressão geral foi essa. A primeira vista é bem complicado, que é como
  deve ser a Rússia pros russos. Mas nesse pedacinho que a gente está
  passeando, que é a parte mais turística, é tudo lindo.
 
  Os jovens falam inglês razoavelmente bem e são muito, muito simpáticos e os
  mais velhos, na maioria, não gostam dos turistas, aparentemente.
 
  O pessoal daqui parece que está pronto pra uma briga. Só procurando motivo.
  Não sei se é assim, mas foi a impressão que tivemos.
 
  E hoje de manha no café foi bem engraçado porque tinham 3 funcionários pra
  controlar a entrada dos quartos e todos estavam assistindo TV, na maior
  altura, que passava um programa bizarro pra se ver de manhã, sobre
  acidentes de carro, atropelamentos, etc. E as comidas, por isso, não eram repostas.
 
  Aliás o trânsito é bem movimentado (a rua toda é, parece NY no Natal ou a
  25 de março no sábado!) e os carros respeitam o sinal. Mas se tiver um
  pedestre na rua com o sinal aberto, leva a maior buzinada! A gente anda esperto.
  Bom, os porões....
 









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