Mais de Istambul, Turquia

Estamos a caminho do Cairo, agora já na sala de embarque do aeroporto de Istambul, Ataturk.
Na segurança pediram pra ver uma chave na minha bolsa, a do nosso carro que ficou em um estacionamento em Guarulhos. Sabe que tem um chaveirinho de canivete nela que ninguém - nem nós - tinha percebido até agora? Sabe Deus quantos aeroportos já passamos e ninguém notou! Bom, ficamos sem…

Aqui é engraçado, tem 2 controles de passaporte e pra entrar no aeroporto, mesmo que não vá viajar, tem que passar pelo raio X. 

Aqui no aeroporto aproveitamos pra comer a última coisinha turca e fomos num restaurantinho fast food daqui. Pedi kibe, que ainda não tínhamos comido e um outro prato que parece uma esfiha aberta, bem grandona, em forma de barco. Tenho certeza que a comida do aeroporto não deve ser a melhor da cidade, mas que delícia que estava!! O kibe não é como o nosso, que é uma massa só. Ele tem uma casquinha e o recheio dentro, de carne com temperos. Mas eu não como carne normalmente e adorei! Os temperos meios adocicados tiram aquele ácido da carne que eu não gosto e que quem come normalmente não percebe. Uma delícia! O Madá viu um Burger King e quase se rendeu, mas depois que provou o kibe e a ‘sfiha’ resolveu pedir Manti, que é tipo um capeletti, mas bem pequeno e com formato de pirâmide, ou trouxinha. Servido com molho vermelho e sour cream, que também é comum aqui. De sobremesa pedimos o sorvete turco, que vimos na cidade mas não experimentamos. Ele é bem tradicional por aqui e tem toda uma performance pra servir, com uma colher compridona. É de pistache, mas de verdade, bem diferente dos brasileiros. Tem muitos pedacinhos na massa, e um gosto bem forte de pistache. Poderia ser uma sobremesa fina, de tão saboroso. Hmmm!
tomara que o Cairo tenha comidas boas também!

Também continuo impressionada com a disposição dos vendedores turcos. Levantam dos banquinhos, tenham a idade que tiverem e começam a maior conversa com a gente, muito animados, a qualquer hora do dia. Eu que sou vendedora sei que chega uma hora do dia que a gente não tem mais a mesma disposição, mas aqui não! Invejável!
Depois de 2 dias, já estávamos mais espertos e sabíamos como dispensar os vendedores, ou os garçons que chamavam a gente pra comer.

Uma surpresa (mais uma) foi andar pelos jardins do palácio onde os sultões moraram por 400 anos. É impressionante a beleza de tudo. Não tem flores, mas gramados e árvores, e calçadas largas pra andar e andar. Muito gostoso, andamos lá por um tempão. Os objetos usados por eles também são impressionantes. Tronos enormes inteirinhos cravejados de esmeraldas, rubis e diamantes. Quem olha de longe pode achar que é estampa, de tantos que tem! Claro, tudo de ouro e alguns com muitas, muitas pérolas.
O harem do sultão também é bem legal de conhecer, principalmente porque eu achei que era uma salona enorme com piscinas e sofás, mas não é. É uma parte separada do palácio, com grades em todas as janelas, parecendo mais uma prisão. Todo decorado por dentro com azulejos pintadinhos lindos e sofás de veludo muito legais que eu quero copiar na minha casa. Eles são baixos, sem pés, com almofadas encostando nas paredes e as janelas atrás. Mas estes sofás tem pelo palácio todo. E tem mil quartos pras odaliscas, sendo que o principal era da rainha mãe (a sogra) e outros quartos das favoritas, que eram as escolhidas que engravidavam e imediatamente passavam a dar pitaco na política. Estranho, né? Eu achei.

Além do palácio, visitamos a Cisterna da cidade, que na verdade é o antigo reservatório de água, descoberto quando o arquiteto estava reformando a Mesquita Aya Sofia. Pelo que lemos, ele achou curioso o pessoal da cidade retirar a água dos poços e às vezes virem peixes nos baldes. Aí entrou no reservatório de barquinho e em condições bem precárias descobriu aquela maravilha toda lá embaixo. É enorme, com colunas do estilo romano, mas não uniformes, cada uma de um tipo. Tive a impressão que quando construíram quiseram reaproveitar vários materiais de outras construções e por isso são todas diferentes. Tem até 2 cabeças de Medusa lá, que acreditavam tirar as más energias. Alguns acreditam que estão lá por este motivo e outros, eu inclusive, acham que não, principalmnte pela maneira que estão colocadas. Uma de ponta cabeça e a outra de lado. Parece que estão só aproveitando pra apoiar as colunas mesmo. Afinal devem ter imaginado que ninguém se interessaria por aquele lugar, né? 
E quem for lá tem que visitar! É talvez o mais legal dos passeios turísticos de lá. Muito fresquinho lá dentro e escuro, com uma iluminacão laranja nas colunas e mil carpas nadando na água que parece ser bem limpinha.

Ontem experimentamos uma comida diferente também, num restaurante típico. Procuramos sempre se o pessoal local come nos lugares antes de entrarmos, porque os lugares turísticos nunca são tão bons. Mas pra isso tem que ter a cabeça aberta e a disposição de experiementar. Nós, ainda bem, nunca erramos! Neste lugar a gente senta numas almofadas ou banquinhos bem baixos. Pedimos uma espécia de panqueca salgada, ou burrito aberto, ou sei lá! Mas a massa é diferente de todas que já provei. Desconfio que seja de semolina, porque eles usam muito por aqui. Muito saborosa, uma delícia. Se não estivesse com a barriga tão cheia de tudo que já tinha comido, tinha pedido mais!

Aqui o papo favorito quando sabem que somos brasileiros é futebol. São fanáticos e o Madá puxa a maior conversa. Eles conhecem alguns jogadores brasileiros que jogam aqui e acham estranho que o Madá seja brasileiro. ‘Mas você tem a pele branca!’

E alguns dias, em todos os lugares que passamos, ficamos um pouco irritados com a falta de respeito dos turistas. Maior aglomeração, furação de filas, empurra-empurra! E o que são esses grupos de turistas, com guia? Quem agüenta viajar desse jeito, com um cara falando o dia inteiro nos ouvidos (agora tem até um sistema onde cada um recebem um fone de ouvido e o guia vai matraqueando e eles ouvem de qualquer lugar), dizendo qual é a hora de comer, de comprar e de ir ao banheiro? Ok, tem que respeitar, cada um é de um jeito. Mas que é irritante é!

O que mais gostamos é de decidir o que vamos fazer em cada dia e tomar vários cafés (ou çais) ao longo do dia e parar em tudo que é canto que der vontade. Mesmo que assim a gente não faça todos os passeios ‘obrigatórios’. Até porque isso é bem cansativo. Concordamos que veríamos o que desse e escolheríamos as nossas prioridades e pronto, sem ficar achando que perdemos alguma coisa.
Até porque, deixando alguma coisinha pra trás, temos motivo pra voltar ;)

Agora já estamos no Cairo, que é surreal. Mas amanhã escrevo sobre aqui, com certeza vamos ter muitas impressões legais deste lugar que é o mais antigo que vamos visitar na viagem.



Fotos de Istambul aqui:
https://www.flickr.com/photos/maisglitter/albums/72157625167182486/with/5093810119/

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